terça-feira, 8 de julho de 2008

Tottori Hanakairo - Parque das Flores











Hoje eu e o Eli fomos ao Tottori Hanakairo - Parque das Flores. É um lugar enorme com muita, mas muita flor. No centro do local existe um globo gigante de vidro, que na verdade é uma estufa, e dentro dele dá para brincar de ECO, pois o som reflete na parede circular dando o efeito divertido. Além disso, toda a estrutura de metal se converge para um único local, que está constantemente apontando para a Estrela Polar. Existem diversas espécies de plantas, claro, inclusive brasileiras, e o que mais me chamou a atenção foram as orquídeas pela sua beleza e a sala com lírios, por seu perfume.


No horinzonte, quando a visibilidade esta boa, o que não foi o caso hoje, podemos admirar o Monte Daisen, sobre o qual já escrevi no blog.


Parque das Flores: recomendado para quem gosta de flores, ou seja para todo mundo! Mesmo quem é mais deprimidinho e se sente incomodado com um monte de cor e perfume, pode se divertir admirando a ala de plantas carnívoras.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Comentários e notas de rodapé - (um oferecimento de Eli)


Oi e olá amigos, familiares e demais leitores perdidos que por alguma razão curiosa aqui se encontram. Isso não é uma invasão (tão pouco me foi ofertado), mas estou aqui inserindo algum texto de apoio ao Blog da Solange (ah, sim, sou eu, o Eli, escrevendo).

Bem, como podem ver, estou no Japão. Consegui chegar aqui depois de tantas tentativas e esforços. Isso me faz feliz e, consequentemente, refletir a respeito das minhas primeiras impressões. Impressões estas que são frutos maturados de conceitos semeados ao longo de toda a minha história. E, agora que estou aqui de verdade, vejo que nossa cultura sabe muito pouco sobre o Japão (ou, pior, acredita em muito pouco do que se sabe sobre o Japão).

O que quero dizer com tudo isso? Ainda não sei ao certo e nem tenho muito tempo de escrever agora. Mas, se me for permitido, em breve, postarei alguns textos de apoio, comentários e notas de rodapé por aqui.

Abençoados sejam. Abraços. Tchau e até logo.

Caiaque











Ontem nós fomos fazer um curso introdutório de caiaque.


Não vou dizer que é fácil manobrar aquele barquinho, mas também não é muito difícil, pelo menos no lugar onde nós estávamos que era um baía bem calma.


O que mais me dava aflição era saber que se o caiaque virasse, era necessário fazer algumas manobras para nós livrarmos do barco, assim peguei um que era aberto e não tinha esse risco.


O instrutor era muito competente e contava com a ajuda de outros profissionais, por isso pudemos nos divertir muito sem temer qualquer acidente.


A água era de um verde esmeralda tão lindo, tão lindo...


E ontem ainda era uma data especial, pois era a abertura oficial da temporada de aproveitar o mar, uma vez que o verão chegou e a água está numa temperatura agradável. Houve uma cerimônia xintoísta, em que o sacerdote rezava para que os banhistas e todos os que forem se divertir no mar sejam protegidos. Um altar é montado com oferendas das melhores frutas, legumes, arroz e dois peixes vermelhos muito frescos, que posteriormente serão levados para o santuário e comidos.

Bons amigos se brinda com saquê







Que legal!
Neste último sábado fomos na casa da família da esposa de meu professor.
Gente boa demais!!!! O motivo da festinha é que o pai dela tinha ganho um saquê maravilhoso, envelhecido por 10 anos em barril de madeira (cedro, eu acho).
No começo estávamos um pouco sem jeito, pois era a primeira vez que entrávamos numa casa tradicional de família japonesa. Ao chegar, fomos introduzidos numa sala forrada com tatami e almofadas baixinhas rodeando uma longa mesa de no máximo 50cm de altura. Era a sala de estar, que possuia um nicho na parede de madeira. O objetivo desse nicho é sempre mostrar alguma coisa bonita para as visitas apreciarem, como por exemplo um quadro, uma flor, uma escultura, etc. Estes objetos são trocados às vezes, para que as visitas sempre apreciem algo novo. Neste dia eles exibiam um desenho chinês, que era um presente de uma amigo. Também havia um pequeno elefante de cerâmica, também presente de um aluno do pai. Como eu trouxe flores para a dona da casa, estas também ficaram em local de destaque.
A mãe preparou um monte de comida típica, que era uma mais gostosa que a outra. Gente, nós não sabemos o que é comida japonesa, se tudo o que conhecemos é o básico de restaurante japonês comum. Tinha bolinhas de carne moída de frango cozidas em molho de erva, frango com curry, sashimi, macarrão do tipo soba, uns bolinhos fritos recheados de legumes, saladas, frutas, etc e etc. Tudo regado com saquê e cerveja feita em casa (sim, muito boa).
O resultado foi um porre fenomenal.
O meu amoreco levou café brasileiro como presente, que foi servido ao final do jantar, e muito elogiado.
Saímos bêbados, mas muito, muito felizes, com os corações aquecidos por tanto carinho e amizade.
Uma noite que jamais será esquecida.

Meu amor chegou!


Gente, meu amor chegou! Meu amor chegou!!!!!
Estou muito feliz!

Ele já pegou amizade com as raposas....

com os coelhos....

e com dragões!!!!!!!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

O Castelo de Matsue









O castelo de Matsue não é grande, mas é original. Na Segunda Grande Guerra os EUA utilizavam os castelos japoneses como marcos para bombardear, pois eles são facilmente vistos do céu. Desta forma, não muitos sobreviveram com a construção original até hoje. Ele fulgura sobre um monte no centro da cidade, rodeado por um bosque e por santuários xintoístas e templos budistas e do último andar podemos admirar a cidade inteira. Este lugar é chamado Torre de Observação, que é uma das características do castelo, típica da Era Momoyama.
Construído de pedras e madeira, seu interior é fresco e aconchegante, ao contrário dos castelos europeus, que são lindos de se ver e tirar fotografias, mas que ninguém quer morar (com excessão de alguns excêntricos milionários do rock, que não vem ao caso). Era possível ter água dentro de casa, através de um poço! Aliás, este ficava no térreo, que também era usado para estocar alimentos. Assim, se o castelo fôsse sitiado, não faltaria comida e água.
Diversos castelos japoneses são pintados de branco, mas neste só podemos observar a pintura em pequenos locais. A maior parte das paredes estão cobertas com grossas madeiras a prova d’água, que indicam um estilo antigo.
Todas as pedras são colocadas da maneira que vieram das pedreiras, sem cortes artificiais. Isto é chamado de “Colocação Gobozumi”.
No topo do telhado há dois Shachi-hoko (animal imaginário com a cabeça de um tigre e o corpo de um peixe) feitos de bronze. O da esquerda é macho e o da direita é fêmea e possuem 2,08m de altura. Acreditava-se que a presença de animais marinhos no telhado enganariam o fogo, que pensaria que aquilo era água e não madeira.
O castelo foi construido em 1611 por Horio Yoshiharu que levou cinco anos (1607-1611) para contruí-lo. Foi a fortaleza dos seguintes senhores feudais: três gerações de Horios; uma de Kyogokus; e dez de Matsuidaira.
Com a idade de 14 anos, Matsudaira Naomasa mostrou seu valor na batalha Osaka-fuyunojin, em que foi aplaudido por sua coragem pelo seu inimigo Yukimura Sanada.
“From under the black scowl of the loftiest eaves, looking at the east and south, the whole city can be seen at a single glance, as in the vision of a soaring hawk." (Lafcadio Hearn)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Jardim do Museu Adachi de Arte












No último domingo fui ao Museu de Arte Adachi. O jardim do local é considerado o jardim japonês mais bonito do mundo. Realmente é maravilhoso, mas existe um probleminha que não me fez gostar muito: NÃO SE PODE CAMINHAR NO JARDIM!!!!! Isso é absurdo. Para que serve um jardim tão lindo se não é para as pessoas caminharem e apreciarem a brisa, o cheiro das folhas, ouvir os pássaros? O jardim é perfeito, perfeito demais. Cada folha é arrumada, cada grão de areia tem seu lugar (devem até ser numerados), não existe uma folha seca, não existe poeira nas folhas, não existe galho quebrado, não existe inseto comendo uma flor. Você paga 40 reais para entrar no edifício (apesar que estrangeiros pagam a metade do preço) que possui diversas janelas enormes de vidro anti-reflexo e de lá pode ficar vendo o jardim. Vai caminhando e olhando pelo vidro. Para não dizer que não pode de maneira nenhuma sentir o cheiro das árvores, existem duas sacadinhas em que se pode sair ao ar livre, mas não dá para ficar muito, pois várias pessoas querem ver também, e a vista destes lugares não é tão boa. Ainda bem que não tive que pagar, pois fui como voluntária para ajudar no treinamento de guias de turismo. Isso mesmo. Você pode conhecer lugares super legais tendo como único trabalho ser... turista. Os aprendizes de guia de turismo precisam aprender a como tratar estrangeiros, por isso é necessário pessoas de outros países que fiquem perguntando coisas, tirando fotos, enfim... sendo turistas. O trabalho de meus sonhos, hehehehehe

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Tsuyoshi Kusanagi - Qui moçu bunito, gente!


Tsuyoshi Kusanagi


Yama no Anata


Ryokiteki na Kanojo



Eu acho esse ator muito lindo. O nome dele é Tsuyoshi Kusanagi, nascido em 9 de julho de 1974. Ele é muito conhecido aqui e também na Coréia, cuja lingua fala fluentemente. Além de ator, como é muito comum aqui no Japão, também é cantor. Sua banda se chama SMAP, e o pouco que ouvi não achei muito boa. Está presente em vários comerciais na tv e na capa de várias revistas. Todo domingo assisto a um seriado com ele chamado Ryokiteki na Kanojo, onde faz o papel de um biólogo marinho e tem como namorada uma garota com o pavil muito curto (Tanaka Rena). O seriado é uma baseado num filme coreano chamado My Sassy Girl.
Hoje fui ao cinema assistir ao seu mais novo filme: Yama no Anata, que também é uma refilmagem de outro filme de 1938 chamado “Anama to Onna (O massagista e a mulher)”, que conta a história de uma massagista cego que trabalha num hotel com fonte termal e se apaixona por uma das hóspedes (Michiho, vivida pela atriz Maiko). Devido a sua deficiência física, é capaz de sentir fatos sobre as pessoas apenas utilizando os ouvidos e através da massagem.
A paisagem é linda. O filme é doce.

Estrela Polar


Puxa, vi a Estrela Polar. Estou do outro lado do mundo MESMO!

Que saudades do Cruzeiro do Sul....

terça-feira, 10 de junho de 2008

Mushi Kuyo - Cerimônia aos Insetos Mortos




No budismo não só o ser humano possui alma, mas todos os animais. Entretanto, as nossas necessidades vitais como comida e vestuário constantemente nos obriga a matar diversos deles. Isso gera um karma que pode ser prejudicial na vida das pessoas. Existe um ritual chamado Kuyo em que se pede desculpa e se reza pela alma desses seres. Em vilas de pescadores, o Kuyo é destinado às almas dos peixes, em locais de abatedoros de gado, porco, etc., o ritual é feito para os mesmos. Agricultores que precisam matar diversos insetos com pesticidas, também mantém a prática, nesta caso chamada de Mushi Kuyo (Mushi significa inseto).
Esse ritual é feito também para homenagear parentes mortos, inclusive o Mizuko Kuyo, que é uma cerimônia para fetos abortados.
Há cerca de 15 anos atrás, um professor aqui do laboratório de entomologia ficou cego de um olho. Ele achou que era possível isto ter acontecido pela quantidade de insetos que já matara na vida. Temendo que desgraças semelhantes viessem a ocorrer com os estudantes, instaurou a prática no nosso laboratório.
A data é 4 de junho. O motivo da escolha é porque os Kanji de inseto e Kuyo de alguma forma estão relacionados com o número quatro e junho.
Então na semana passada, dia 6 (a cerimônia foi transferida para sexta feira por praticidade, acredito) todos nós rezamos pelas almas dos insetos que matamos e pedimos-lhes perdão.
Vários tipos de pratos deliciosos são preparados pelos estudantes. Muita cerveja, saquê e vinho ficam sobre a mesa. Ex-estudantes também participam da festa com sua presença ou, no caso dos que estão trabalhando em lugares distantes daqui, enviando doces, carnes e bebidas. Não há qualquer restrição ao tipo de alimento: vegetais e carnes são servidos a vontade.
Uma imagem feita de madeira de Jizo, que é um discípulo de Buda, dentro de uma bela caixa também de madeira, pintada com a laca japonesa (urushi) é colocada num altar improvidado (no caso a mesa da impressora) junto com três bastões de incenso (representando presente, passado e futuro). Todos se sentam e alguém, que neste dia foi um dos estudantes, faz a prece. Todos ficam com as mãos juntas e oram.
Depois, é cair na bebedeira e comer um monte.
Acho muito legal esta tradição. Mostra o respeito que se tem com o o bicho que trabalha.

Apesar de que na minha pesquisa não é necessário que eu mate as abelhas, pelo contrário, ofereço flores a elas, vez ou outra acidentalmente alguma acaba morta durante a manipulação das colônias. Então, também homenageio minhas companheiras.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Estranhos assassinatos no Japão







Ontem um homem chamado Tomohiro Kato, de 25 anos, entrou com um caminhão numa rua para pedestres no bairro de Akihabara, Tókio, atropelando 3 pessoas. Depois, saiu do veículo e passou a esfaquear os transeuntes aleatoriamente, matando no total 7 e ferindo 10. As vítimas possuem de 19 a 74 anos e eram homens e mulheres. O assassino foi pego pela polícia, e disse "Vim para Akihabara para matar pessoas." Também declarou "Eu estou cansado do mundo. Ninguém está certo. Eu sou sozinho."


Foi muito triste. Akihabara é o centro de equipamentos eletrônicos, de anime e manga. É muito frequentado por japoneses e estrangeiros.


O crime aconteceu no domingo, às 12:30h na presença de inúmeras testemunhas.

É muito estranho, mas têm ocorrido uma série de crimes assim no Japão. Há algumas semanas atrás um jovem estava no metrô e de repente empurrou um outro de idade semelhante, mas que não conhecia, na frente do trem, matando-o. Quando interrogado pela polícia, contou que seus pais disseram que não seria possível ele ir para a faculdade, uma vez que eram pobres. Assim, ele foi até o metro e quis matar alguém...

Em janeiro, um garoto de 16 anos, armado com duas facas de cozinha começou a esfaquear pessoas numa rua de Tókio, ferindo 2. Interrogado posteriormente, disse que "Queria matar todo mundo." À 15:30h, ele saiu pela rua gritando "Eu vou matar vocês", "Baka-yarou (tolos)", "Eu não tenho culpa." Quando foi pego pelos policiais, falava calmamente e disse que já tinha sido paciente de um hospital psiquiátrico.

Em março, na cidade Tsuchiura, um outro homem de 24 anos foi pego esfaqueando pessoas na rua, matando uma e ferindo sete. Ele disse que queria matar a irmã, mas como não a achou, começou a matar pessoas na rua. "Eu não me importei com quem eles eram", relatou.

São casos muito estranhos e tristes, claro. Além de deixar a gente assustada.

Em alguns casos, esses assassinos sentem remorso, às vezes não.

Parece livro do Stephen King.... Será por causa de celulares....

sábado, 31 de maio de 2008

Biólogo sofre


Quero fazer um protesto quanto ao meu local de experimentos aqui em Matsue!
Vejam só! Nem água encanada tem!
E a vista da janela é feia.

O pessoal que trabalha aqui é frio e tem olho grande!



Além disso, não sai de cima da minha cabeça!



As sala são escuras!



Minha tela nem é plana!


segunda-feira, 26 de maio de 2008

Meu trabalho está cheio de cobras






Meu local de trabalho está cheio de cobras. Sempre ouvi esta expressão, mas nunca tinha sentido o seu verdadeiro significado até hoje.
Estava eu tranquilamente no meu primeiro dia de observações, num pomar de kiwi, ao lado das plantações de arroz, cantarolando a musiquinha do besourinho chinês, "Coblinha azul", quando vi uma cobra que se assutou comigo e fugiu para o mato. Pensei: "Que bonitinha! Uma cobrinha." Continuei olhando para ela e quase pisei nessa daí. Levei um susto e dei um gritinho histérico. Ela olhou para mim, eu olhei para ela. Ela ficou com medo de mim, eu fiquei com medo dela. Mas mesmo assim tirei fotos até que resolveu fugir. Deu até tempo de dar uma passadinha de mão nela, na hora em que se enfiava num esconderijo, o que a fez ficar mais ligeira.
Checando depois, descobri que não é perigosa. Seu nome é SHIMA HEBI, que significa cobra listrada. A que eu vi tinha mais ou menos 1,30m e brilhantes olhos vermelhos. Seu nome latim é Elaphe quadrivirgata e é super comum por aqui, principalmente na primavera, quando se começa a preparar o terreno para o plantio de arroz. Quando se revolve o solo cheio de água, muitos sapos aparecem, e as cobras vem se alimentar.
Ela é tão inofensiva que as crianças "boazinhas" costumam pegá-la pela cauda e rodá-la rápido, atirando-a longe.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Anime JoJo ofende o Islã



Fui dar uma olhada no Japan Times de hoje e a manchete principal é sobre um anime chamado JoJo's Bizarre Adventure.
Esse anime trata das aventuras do dito cujo JoJo pelo mundo, e numa de suas viagens ele vai parar no Egito. Há uma cena em que o inimigo dele está lendo um livro, que parece ser o Alcorão e ordena a execução do herói.
Isso foi o estopim para que quase o mundo mulçulmano inteiro declarar os produtores do desenho como "inimigos do Islã", dizendo que isso denigre a imagem da religião, insinuando que todos são terroristas e tal.
Pôxa, é um anime!!!! O vilão nem mulçulmano é!
Agora as vendas foram proibidas em todo o oriente, e a editora teve que se desculpar perante aos mulçulmanos. Ela alega que a cena foi colocada apenas para indicar que os personagens estavam num país árabe, sem intenção de ofender o mundo islâmico.
A reportagem na íntegra está no http://www.japantimes.co.jp/.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Carpas coloridas: é um menino!





Quando nasce um menino no Japão, a família coloca um mastro na casa, cheio de carpas coloridas que ficam a balançar ao vento.
Há uma lenda em que as carpas sobem as cachoeiras através das pedras e quando conseguem atingir o alto, lá se transformam em dragões.
O que as carpas simbolizam é que agora aquele menininho é apenas um peixe, mas se ele se esforçar muito, um dia poderá se transformar num grande dragão.
Casas grandes ostentam enormes peixes que podem ser vistos de longe, mas nas pequenas, os mesmos são bem menores.
Nada de carpas coloridas para comemorar o nascimento de uma menina.

sábado, 17 de maio de 2008

Scary stories








De corvo a cemitério, de cemitério a suicidas....

A universidade tem fama de ser assombrada. Há várias histórias de suicídios que ocorreram aqui, e elas são assutadoras.

Na primeira foto dá para notar uma janela no último andar que está fechada. Esta é a janela de uma sala onde uma jovem estudante entrou, fechou a porta atrás de si, derramou gasolina sobre seu corpo e ateou fogo. Depois disso, ninguém mais ousou usar o local, e as janelas permanecem sempre cerradas. Dizem que se você entrar lá, ainda pode ver um círculo negro no chão.

Um estudante se jogou do topo do edifício que é mostrado na segunda foto. No dia de sua morte, ele lavou toda sua roupa, pagou o aluguel ao dono de seu apartamento, subiu no prédio e pulou.

A terceira foto mostra o prédio onde fica meu laboratório. Uma aluna do colegial entrou no local, subiu até o topo e se jogou. Vocês podem ver acima da porta branca, a segunda janela de baixo para cima. Ali é a cozinha de meu laboratório. Neste dia, um estudante estava ali na janela distraído, cozinhando, quando sentiu, mais que viu, algo passando pelo canto de seus olhos. Ao verificar, viu que era o corpo da jovem.

Existem 8 milhões de histórias nesta cidade. Esta é apenas uma delas.

Cemitério











Em Matsue não vi nenhum cemitério grande. As pessoas os fazem pequenos, perto de casa, o que facilita o acesso.
No Japão os mortos são cremados e não há enterros como no Brasil.
As cerimônias fúnebres são budistas, na sua maioria.
Faz parte das cerimônias fúnebres um monge vir até a casa da família e ficar recitando mantras. Por 29 dias as preces são feitas ao falecido, após o que ele mudará de nome, pois passará a ser um discípulo de Buda.
A família geralmente não permite doação de órgãos, pois devido à crença na reencarnação, as pessoas acreditam que se doarem o coração, na próxima vida isso pode vir a ser prejudicial.
As lápides são feitas de granito, e há espaço para colocar oferendas ao morto. Eu já vi flores, velas, incensos e até mesmo uma latinha de cerveja. Também há oferenda de saquê.
Em cidades grandes, porém, há grandes cemitérios. Eu vi um em Tókio que era muito grande.
Como já disse antes, perto do meu apartamento há um pequeno cemitério, onde há lápides muito recentes e outras muito, muito antigas.