sábado, 31 de maio de 2008

Biólogo sofre


Quero fazer um protesto quanto ao meu local de experimentos aqui em Matsue!
Vejam só! Nem água encanada tem!
E a vista da janela é feia.

O pessoal que trabalha aqui é frio e tem olho grande!



Além disso, não sai de cima da minha cabeça!



As sala são escuras!



Minha tela nem é plana!


segunda-feira, 26 de maio de 2008

Meu trabalho está cheio de cobras






Meu local de trabalho está cheio de cobras. Sempre ouvi esta expressão, mas nunca tinha sentido o seu verdadeiro significado até hoje.
Estava eu tranquilamente no meu primeiro dia de observações, num pomar de kiwi, ao lado das plantações de arroz, cantarolando a musiquinha do besourinho chinês, "Coblinha azul", quando vi uma cobra que se assutou comigo e fugiu para o mato. Pensei: "Que bonitinha! Uma cobrinha." Continuei olhando para ela e quase pisei nessa daí. Levei um susto e dei um gritinho histérico. Ela olhou para mim, eu olhei para ela. Ela ficou com medo de mim, eu fiquei com medo dela. Mas mesmo assim tirei fotos até que resolveu fugir. Deu até tempo de dar uma passadinha de mão nela, na hora em que se enfiava num esconderijo, o que a fez ficar mais ligeira.
Checando depois, descobri que não é perigosa. Seu nome é SHIMA HEBI, que significa cobra listrada. A que eu vi tinha mais ou menos 1,30m e brilhantes olhos vermelhos. Seu nome latim é Elaphe quadrivirgata e é super comum por aqui, principalmente na primavera, quando se começa a preparar o terreno para o plantio de arroz. Quando se revolve o solo cheio de água, muitos sapos aparecem, e as cobras vem se alimentar.
Ela é tão inofensiva que as crianças "boazinhas" costumam pegá-la pela cauda e rodá-la rápido, atirando-a longe.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Anime JoJo ofende o Islã



Fui dar uma olhada no Japan Times de hoje e a manchete principal é sobre um anime chamado JoJo's Bizarre Adventure.
Esse anime trata das aventuras do dito cujo JoJo pelo mundo, e numa de suas viagens ele vai parar no Egito. Há uma cena em que o inimigo dele está lendo um livro, que parece ser o Alcorão e ordena a execução do herói.
Isso foi o estopim para que quase o mundo mulçulmano inteiro declarar os produtores do desenho como "inimigos do Islã", dizendo que isso denigre a imagem da religião, insinuando que todos são terroristas e tal.
Pôxa, é um anime!!!! O vilão nem mulçulmano é!
Agora as vendas foram proibidas em todo o oriente, e a editora teve que se desculpar perante aos mulçulmanos. Ela alega que a cena foi colocada apenas para indicar que os personagens estavam num país árabe, sem intenção de ofender o mundo islâmico.
A reportagem na íntegra está no http://www.japantimes.co.jp/.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Carpas coloridas: é um menino!





Quando nasce um menino no Japão, a família coloca um mastro na casa, cheio de carpas coloridas que ficam a balançar ao vento.
Há uma lenda em que as carpas sobem as cachoeiras através das pedras e quando conseguem atingir o alto, lá se transformam em dragões.
O que as carpas simbolizam é que agora aquele menininho é apenas um peixe, mas se ele se esforçar muito, um dia poderá se transformar num grande dragão.
Casas grandes ostentam enormes peixes que podem ser vistos de longe, mas nas pequenas, os mesmos são bem menores.
Nada de carpas coloridas para comemorar o nascimento de uma menina.

sábado, 17 de maio de 2008

Scary stories








De corvo a cemitério, de cemitério a suicidas....

A universidade tem fama de ser assombrada. Há várias histórias de suicídios que ocorreram aqui, e elas são assutadoras.

Na primeira foto dá para notar uma janela no último andar que está fechada. Esta é a janela de uma sala onde uma jovem estudante entrou, fechou a porta atrás de si, derramou gasolina sobre seu corpo e ateou fogo. Depois disso, ninguém mais ousou usar o local, e as janelas permanecem sempre cerradas. Dizem que se você entrar lá, ainda pode ver um círculo negro no chão.

Um estudante se jogou do topo do edifício que é mostrado na segunda foto. No dia de sua morte, ele lavou toda sua roupa, pagou o aluguel ao dono de seu apartamento, subiu no prédio e pulou.

A terceira foto mostra o prédio onde fica meu laboratório. Uma aluna do colegial entrou no local, subiu até o topo e se jogou. Vocês podem ver acima da porta branca, a segunda janela de baixo para cima. Ali é a cozinha de meu laboratório. Neste dia, um estudante estava ali na janela distraído, cozinhando, quando sentiu, mais que viu, algo passando pelo canto de seus olhos. Ao verificar, viu que era o corpo da jovem.

Existem 8 milhões de histórias nesta cidade. Esta é apenas uma delas.

Cemitério











Em Matsue não vi nenhum cemitério grande. As pessoas os fazem pequenos, perto de casa, o que facilita o acesso.
No Japão os mortos são cremados e não há enterros como no Brasil.
As cerimônias fúnebres são budistas, na sua maioria.
Faz parte das cerimônias fúnebres um monge vir até a casa da família e ficar recitando mantras. Por 29 dias as preces são feitas ao falecido, após o que ele mudará de nome, pois passará a ser um discípulo de Buda.
A família geralmente não permite doação de órgãos, pois devido à crença na reencarnação, as pessoas acreditam que se doarem o coração, na próxima vida isso pode vir a ser prejudicial.
As lápides são feitas de granito, e há espaço para colocar oferendas ao morto. Eu já vi flores, velas, incensos e até mesmo uma latinha de cerveja. Também há oferenda de saquê.
Em cidades grandes, porém, há grandes cemitérios. Eu vi um em Tókio que era muito grande.
Como já disse antes, perto do meu apartamento há um pequeno cemitério, onde há lápides muito recentes e outras muito, muito antigas.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Corvo japonês




Matsue está cheia de corvos. Eu adoro esse bicho. Perto de meu apartamento tem uma árvore que possivelmente tem um ninho, pois toda manhã acordo com o casal crocitando bem alto. Ontem subi até o alto do morro, onde há um pequeno cemitério (clássico, né? - corvo mais cemitério), tentando achar o ninho. Tenho quase certeza que está no alto de um pinheiro, os corvos, que lá estavam pousados, ficaram muito incomodados com minha presença. Gritavam muito alto e ficavam voando agitados, olhando para minha cara. É época de reprodução, e acredito que eles estão com filhotes. Depois de um tempo, me distraí olhando as lápides e continuei caminhando, mas os corvos ainda estavam desconfiandos comigo e foram me seguindo por dezenas de metros, até verem que eu realmente estava indo embora.
O corvo japonês, Corvus corone, come quase tudo o que encontra, e seu acasalamento é permanente.
Numa matéria que saiu no Terra no útimo dia 11, é dito que os corvos estão causando blecautes no Japão, por causa de seus ninhos. Assim, na cidade de Kagoshima, na Ilha de Kyushu, onde os problemas são mais sérios, existe uma Patrulha do Corvo da Companhia Elétrica. Eles tentam, sem muito sucesso, procurar os ninhos e destruí-los. Só que os corvos são tão inteligentes que agora estão fazendo ninhos falsos para enganar os patrulheiros. Eles também cortam cabos de fibra ótica para utilizar na construção de seus ninhos.
Eles são geniais.
São enormes, podendo medir 1m de uma ponta a outra da asa.
No site Nipocultura podemos ler um mito japonês, que conta que um grupo de guerreiros que se dirigiam para Nara para conquistá-la, perdeu o seu caminho. Mas surgiu um corvo de três patas que lhes mostrou o caminho correto. Eles então puderam conquistar a cidade. Assim, o corvo no Japão não tem, até aonde sei, a ligação com o mundo dos mortos como ocorre em outras mitologias. O corvo é o animal que dirige à vitória. Também é a “ave do sol”, mensageiro da Deusa Amaterasu. Por isso esse corvo de 3 patas está sempre presente no brasão da camisa de futebol da seleção nacional do Japão.
Minha modesta máquina fotográfica não consegue fotografar os corvos, então como uma boa kender, peguei algumas fotos pela net e estou guardando-as aqui para que não se percam. A primeira foto tirei do wildfaun.livejournal.com e a segunda é do Christopher Reiger. Prometo que assim que conseguir uma foto legal, de minha autoria, eu troco.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Detective Conan - Full score of fear


Hoje fui ao cinema de novo. Assisti o anime Detective Conan, Full score of fear. Muito bom mesmo!
O Detetive Conan é um rapaz de 17 anos que encolheu devido a uma droga chamada APTX 4869 que uma organização criminosa o obrigou a tomar. Ele agora tem a aparência de um menino de 7 anos.
Fanático por histórias do Sherlock Holmes (por isso ele escolheu o nome Conan como disfarce depois que encolheu, pois seu nome verdadeiro é Shinichi), ele desvenda assassinatos.
Alguns de seus amigos são: Ran, a garota de 17 anos que ele sempre gostou; Kogoro, pai de Ran e detetive fracassado; Inspetor Megure, que sempre pede ajuda a Conan para desvendar os mistérios; Dr. Agasa, que é um cientista maluco que faz um monte de aparelhagem ao modo 007 para Conan; as crianças Ayumi, Genta e Mitsushiko e Ai, a cientista que descobriu a droga, tomou-a e ficou com aparência de criança também.
Neste longa que assisti, Conan tem que desvendar alguns assassinatos que estão ocorrendo com membros da Escola de Música, além de proteger uma solista que está sendo alvo de atentados.
A trilha sonora é belíssima. Os desenhistas tiveram o cuidado de quando desenharam alguém tocando um instrumento, seus dedos faziam os movimentos corretos. Isso com piano, orgão de tubo e violino.
Achei muito bom mesmo.
Uma coisa interessante é que no anime há propagandas, por exemplo, Ran toma um copo de Fanta, enquanto discute com Shinichi.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Universidade de Shimane



A Universidade de Shimane foi fundada em 1949 como uma universidade nacional com duas faculdades: Faculdade de Literatura e Ciência e a Faculdade de Educação. Em 2003, se fundiu com a Universidade de Medicina de Shimane (fundada originalmente em 1975).
Atualmente, a Universidade possui cinco faculdades em dois campi (na cidade de Matsue e em Izumo): Direito e Literatura; Educação; Medicina; Ciência e Engenharia; e Ciência da Vida e Ambiental.
A Faculdade de Direito e Literatura se divide em três departamentos: Direito e Economia; Estudos Sócio Culturais (Estudo da Sociedade Contemporânea, História e Arqueologia e Ciências Sociais) e Linguagem e Cultura (Línguas e Cultura do Japão e Ásia Oriental), Línguas e Culturas Inglesa e Européia).
A Faculdade de Medicina é dividida em Escola de Medicina e Escola de Enfermagem.
A Faculdade de Ciência e Engenharia é dividida em: Departamento de Ciência Material (Física e Química); Departamento de Geociências; Departamento de Matemática e Ciência da Computação; Departamento de Engenharia Eletrônica e Controle de Sistemas; Departamento de Engenharia de Processos de Recursos Naturais.
A Faculdade da Vida e Ambiental é dividida em: Dep. de Ciências Biológicas; Dep. de Ecologia e Ciência Ambiental (Biologia Ambiental, Engenharia de Ecologia, Silvicultura e Ambiente); Dep. de Ciências da Vida e Biotecnologia; Dep. de Agricultura (Produção de produtos agrícolas e animais, Horticultura e Criação, Manejo de Tecnologia Agrícola); Departamento Regional (Economia Agrícola e de Recursos, Engenharia Biológica e Informações Ambientais, Engenharia de Ambiente Regional).

Todos os estudantes que entram na Universidade, independente a qual Faculdade pertençam, cursam os dois primeiros anos nas áreas de humanas e ciências, e só após isso vão para seus cursos escolhidos.

domingo, 11 de maio de 2008

Arrozal









O arroz, a comida mais importante dentro da culinária japonesa, é plantado na água. Estamos na época do plantio, e por todo lado de Matsue podemos ver as áreas sendo preparadas ou já com pequenas mudas enfileiradas.
O sistema de irrigação que eu vi é o seguinte: os campos de arroz são feitos em degraus, isto é, um campo mais alto, o seguinte um pouco mais baixo e assim por diante. A água desce da montanha, mas sua temperatura é muito baixa. Assim, o agricultor faz uma valeta ao redor de todo o campo superior, que é onde a água chegará primeiro. Este sistema faz com que aquela pequena quantidade de água contida na valeta se esquente, e quando estiver cheia, se derramará pelo campo na temperatura ideal.
Quando todo o primeiro campo estiver cheio de água, a mesma escorrerá para o segundo campo e assim por diante.
A quantidade de água que passa de um local para outro pode ser controlada pelo agricultor através de pequenas barragens de madeira.

sábado, 10 de maio de 2008

Filme - Kakushi Toride no San Akunin (The Last Princess)




“Kakushi Toride no San Akunin” (The Last Princess), cuja estréia foi hoje nos cinemas japoneses, é inspirado no filme de Akira Kurosawa “A Fortaleza Escondida (1952)”, com Toshirô Mifune. É o filme que inspirou George Lucas a fazer Star Wars.
Todo mundo sabe, tem filme que não deve ser refilmado. São obras de arte que ninguém deve tocar. Exemplos clássicos são Psicose e A Guerra dos Mundos.
Porém, como não vi este clássico do Kurosawa, fui assistir The Last Princess sem nenhum julgamento crítico.
O filme diverte, tem bons efeitos especiais e os atores são bons. Tem algumas cenas engraçadas e outras tristes. As cenas de luta são boas.
Li a crítca de Mark Schilling que escreve crítica de cinema no Japan Times e ele diz que o diretor Shinji Higuchi e o roteirista Kazuki Nakajima mudaram radicalmente a história, e isso pode parecer um ultraje ao fãs puritanos de Kurosawa. Ele diz ainda que assistiu ao filme mais resignado do que ultrajado, hehehe
Eu, particularmente, prefiro assim do que refilmagem quadro a quadro como a insossa refilmagem de Psicose.
Na verdade, se você for assistir “The Last Princess”, por favor não pense em Kurosawa.
A história é a seguinte, Yukihime, a princesa vivida pela atriz Masami Nagasawa e seu general Rokurota, vivido por Hiroshe Abe precisam fugir do General Kyobu (Kippei Shiina), carregando o ouro que é o tesouro do clã, e são guiados por dois prisioneiros fugitivos Takezo (Jun Matsumoto) e Shinpagi (Dasuke Miyagawa).
Durante a travessia, os heróis precisam lutar constantemente pela suas vidas, diversas vezes os ex-prisioneiros pensam em fugir, a princesa fica chocada com o sofrimento do povo e seu general tem que travar diversas batalhas com sua katana.
Assista tomando um refrigerante e comendo pipoca, como um divertimento leve e sem maiores pretensões.

Santuário Yaegaki-jinja, ou Santuário de Susanoo e Kushinada











Depois do festival das peônias, minha amiga queria ir ao santuário Yaegaki-jinja. Este santuário é perto de Matsue e é muito procurado por pessoas que querem encontrar seu amor.
Contam as histórias antigas que o Deus Susanoo resgatou a princesa Kushinada depois de matar uma terrível serpente de 8 cabeças, após o que eles se casaram e foram morar neste santuário, felizes para sempre.
Como em grande parte dos santuários xintoístas, podemos comprar diversos amuletos para proteção da casa, do carro, da família, trazer felicidade, casamento, etc. Quem nos atende são as simpáticas Miko san.
Miko significa “donzelas do santuário”. São as mulheres que servem nos santuários xintoístas. São as profetisas, feiticeiras e uma de suas funções é dançar para os deuses, na dança chamada miko-mai. A dança que eu assisti era feita bem lentamente por uma única Miko-san. Outras atividades incluem dar assistência aos sacerdotes em rituais e atender nas lojinhas.
Atualmente elas costumam ser voluntárias ou trabalhar em meio período.
Miko não é uma sacerdotisa. No xintoísmo existem sacerdotisas, mas as Miko não possuem a mesma autoridade que estas.
Acreditava-se que os deuses podiam falar através delas.
O "sacerdote" (parece que é incorreto chamar sacerdote) é chamado Kannushi.
Um pouco afastado, há um pequeno laguinho, repleto de salamandras, onde as pessoas depositam delicadamente sobre a água um papel adquirido no santuário com uma moedinha em cima. O tempo que o papel demora para afundar, corresponde ao tempo que vai demorar para a pessoa casar. Se o papel flutua para longe, o noivo ou noiva é de longe, mas se o papel se aproximar, o mesmo ou mesma é alguém de perto.
Na última vez que fui ao santuário, o papel afundou rápido e chegou perto de mim. Fiquei confusa, pois meu namorado era brasileiro. Ele seria considerado de longe ou de perto, já que eu estava no Japão? O fato é que no ano seguinte casei. Esta mesma amiga tentou e seu papel se afastou um pouquinho e demorou para afundar, e até agora nada de casamento. Porém, desta vez seu papel afundou rápido e ficou próximo, e ela está morando numa cidade um pouco afastada de Matsue. Minha outra amiga, que é casada, resolveu colocar o papel mesmo assim, e demorou muito para afundar. Eu lhe disse que ela estava confundindo os deuses.
Lafcadio Hearn (aquele escritor famoso de histórias de terror que já mencionei aqui) visitou este santuário e escreveu um capítulo sobre ele.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Yakoutyn, quando o mar brilha em azul








Na praia de Maringueto que fica mais ou menos a 15 km do centro da cidade é época de Yakoutyn! Durante todo o mês de maio e começo de junho a praia fica coberta com esta espécie de plancton (Noctiluca scintillans) que ao menor movimento da água brilha uma luz azul. A praia é escura, e quando as pequenas ondas estouram suavemente, o mágico brilho azul surge.
Não pude perder a oportunidade de entrar na água até os joelhos, apesar de sua temperatura glacial. Mas conforme andava, ia formando ondas de luz azul em minha volta. Parecia um sonho. Eu enfiava a mão na água e ela saia brilhando, emitindo o mais puro azul.
Para ter uma idéia do que estou me referindo, lembre o vidrinho que a Galadriel deu ao Frodo com a Luz de Earendil. Parece que aquela luz foi misturada ao mar.
Achei impossível que alguém fôsse capaz de tirar fotos daquela maravilha, mas alguns ótimos fotógrafos conseguiram, infelizmente não sei os seus nomes, mas os sites são: okidiv.jp, 18.ocn.ne.jp e ice-moon-web.hp.infoseek.co.jp.

Festival das Peônias na Ilha Daikonjima











Como já disse numa postagem anterior, aqui está na época da floração das peônias. Há um Festival das Peônias na Ilha Daikonjima, que neste ano ocorreu de 4 a 6 de maio no Jardim Yuushien.
Eu e meus amigos chegamos lá por volta das 10 da manhã, e ficamos admirados com a beleza do local.
Este jardim demorou 8 anos para ser feito pelo Sr. Kadowaki no estilo Tsukiyama, mas a idéia original foi de seu pai, tendo sido inaugurado em 1975. Este estilo de jardim japonês é conhecido por representar uma paisagem de colinas com mar em tamanho miniatura. As montanhas são representadas por montes de terra e pedras e o mar por um lago central. Cada pedaço de terra é cuidadosamente trabalhado, imitando ao máximo como seria na natureza.
Há uma miniatura de aproximadamente 3 metros de uma cascata caindo de uma montanha de lava.
O jardim é projetado de uma forma que possa ser devidamente apreciado em cada estação do ano. Por exemplo, no inverno, os pés de peônias são cobertos com cabaninhas de palha que ficam cobertas de neve, mas ela fica fica florida. Então podemos ver um jardim coberto de neve com flores!
Ele começou como um pequeno jardim, mas agora é muito grande, e o passeio pode demorar várias horas.
No Festival da Pêonia milhares de flores podem ser admiradas. Diversas variedades, com diferentes tamanhos, cores, número de pétalas, etc. Podemos até votar nas nossas preferidas.
No lago há inúmeras carpas gigantes e coloridas que chegam perto, acostumadas que estão com os visitantes que se divertem alimentando-as.

Plantação de Ginseng na Ilha Daikonjima









O ginseng é bem popular no Brasil, mas até onde eu sei, não existem cultivares da planta. Mesmo assim, os brasileiros a consomem em forma de cápsulas com diversos fins, como aumentar a longevidade e desempenho sexual. Que eu saiba, também não há comprovações científicas a este respeito, mas não achei fontes confiáveis sobre o assunto.
São necessários quase 10 anos para que a raiz esteja no ponto de colheita. Como a mandrágora, sua raíz tem forma humana.
Na Ilha de Daikonjima há plantações de ginseng. As folhas são muito sensíveis ao calor, então são feitas cabaninhas de um tipo de palha para sua proteção.
Tive o prazer de tomar sopa de pó de ginseng, com legumes e cogumelos frescos. Muito boa! Diversas mulheres preparam e distribuem tigelinhas de graça.
Depois passamos por um pequeno museu que explicava o cultivo e tinha uma réplica de como são a cabaninha e a planta.
As plantações mesmo só consegui ver do carro, mas foi bem legal, pois parecia moradia de gente: um monte de cabaninhas, uma ao lado da outra.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Caverna do Goblin na Ilha Daikonjima





Existe uma caverna numa ilha chamada Daikonjima perto de Matsue. Esta ilha é feita de rocha basalto porosa extremamente dura. Foi formada quando um vulcão entrou em erupção cerca de 200.000 anos atrás. Mais tarde, a área ao redor do vulcão ficou submersa em água e apenas o topo permaneceu emerso, formando a ilha. A rocha basalto desta ilha é chamada de Shimaishi (ilha de rocha).
Desde sua descoberta em 1926, esta caverna tem recebido vários nomes, como “Buraco do goblin” ou “Buraco do vento”. A “Caverna Velha” possui aproximadamente 100m de comprimento.
Meu amigo trabalha neste lugar, pesquisando alguns tipos de camarão sem olhos de poucos milímetros de comprimento.
Apesar de pequena, essa caverna é muito interessante porque era um túnel de lava. Há uma câmara dentro dela onde é possível ver o local de onde a lava emergia borbulhando. Com o resfriamento, a lava encolheu e assim a caverna foi formada.
Na realidade há, na ilha, vários túneis de lava, mas só visitei um. Não sei se há acesso aos outros.
Gostei muito de ver o local em que a lava saia. Me lembrou massa de bolo de chocolate.
A primeira foto mostra uma parte do interior do Buraco do Goblin.
Na segunda foto podemos ver meus amigos, o guia e a entrada da caverna.

Aquário Público de Miyajima, Hiroshima









As três Deusas do mar do santuário de Miyajima parecem não estar dando conta de cuidar direito de seus filhos.
Na ilha há um um aquário que é uma coisa pavorosa. É sujo, feio, mal cuidado.
Os peixes, golfinhos, pinguins e leões marinhos ficam em espaços minúsculos, sob a constante luz dos flashes dos turistas.
Não bastasse isso, os tratadores pegam algum pinguin infeliz, colocam-o no chão para que as crianças fiquem brincando enquanto seus pais orgulhosos e estúpidos tiram milhares de fotos.
Tubarões ficam em espaços que mal permitem que deêm a volta com o corpo.
Até mesmo um pobre pirarucu brasileiro sofre neste lugar nojento.
Um solitário leão marinho fica o tempo todo fazendo cambalhotas e outras atividades torturantes sob o olhar de uma entediada treinadora.
Quando os organizadores da viagem disseram que íamos visitar um aquário, fiquei muito feliz. Tinha uma idéia fabulosa de um aquário japonês, onde os ambientes naturais fosse reproduzidos com a máxima fidelidade e que encontraria animais que mesmo não tendo sua liberdade, teriam uma vida descente. Ledo engano. Aquilo é uma câmara de tortura para animais indefesos.
Infelizmente, essa foi o ultimo passeio da excursão. Quem dera tivesse sido fechada com chave de ouro….
Entretanto, a viagem foi ótima e foi muito legal conhecer gente de tantos lugares diferentes. Espero que continuemos a ter contato.
Ontem conversei com o rapaz de Mianmar e ele está muito preocupado com sua família por causa do ciclone gigante. Ele não consegue ter nenhuma notícia de quem ama.
Mas voltar para Matsue foi bom.
No dia seguinte a minha chegada, acordei novamente ao som dos corvos e pensei que era bom estar de volta. Não tinha percebido como o grasnar dos corvos de Matsue me fizeram falta na viagem. Quando voltar ao Brasil, esse som vai me deixar saudades.