segunda-feira, 23 de junho de 2008

O Castelo de Matsue









O castelo de Matsue não é grande, mas é original. Na Segunda Grande Guerra os EUA utilizavam os castelos japoneses como marcos para bombardear, pois eles são facilmente vistos do céu. Desta forma, não muitos sobreviveram com a construção original até hoje. Ele fulgura sobre um monte no centro da cidade, rodeado por um bosque e por santuários xintoístas e templos budistas e do último andar podemos admirar a cidade inteira. Este lugar é chamado Torre de Observação, que é uma das características do castelo, típica da Era Momoyama.
Construído de pedras e madeira, seu interior é fresco e aconchegante, ao contrário dos castelos europeus, que são lindos de se ver e tirar fotografias, mas que ninguém quer morar (com excessão de alguns excêntricos milionários do rock, que não vem ao caso). Era possível ter água dentro de casa, através de um poço! Aliás, este ficava no térreo, que também era usado para estocar alimentos. Assim, se o castelo fôsse sitiado, não faltaria comida e água.
Diversos castelos japoneses são pintados de branco, mas neste só podemos observar a pintura em pequenos locais. A maior parte das paredes estão cobertas com grossas madeiras a prova d’água, que indicam um estilo antigo.
Todas as pedras são colocadas da maneira que vieram das pedreiras, sem cortes artificiais. Isto é chamado de “Colocação Gobozumi”.
No topo do telhado há dois Shachi-hoko (animal imaginário com a cabeça de um tigre e o corpo de um peixe) feitos de bronze. O da esquerda é macho e o da direita é fêmea e possuem 2,08m de altura. Acreditava-se que a presença de animais marinhos no telhado enganariam o fogo, que pensaria que aquilo era água e não madeira.
O castelo foi construido em 1611 por Horio Yoshiharu que levou cinco anos (1607-1611) para contruí-lo. Foi a fortaleza dos seguintes senhores feudais: três gerações de Horios; uma de Kyogokus; e dez de Matsuidaira.
Com a idade de 14 anos, Matsudaira Naomasa mostrou seu valor na batalha Osaka-fuyunojin, em que foi aplaudido por sua coragem pelo seu inimigo Yukimura Sanada.
“From under the black scowl of the loftiest eaves, looking at the east and south, the whole city can be seen at a single glance, as in the vision of a soaring hawk." (Lafcadio Hearn)

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Jardim do Museu Adachi de Arte












No último domingo fui ao Museu de Arte Adachi. O jardim do local é considerado o jardim japonês mais bonito do mundo. Realmente é maravilhoso, mas existe um probleminha que não me fez gostar muito: NÃO SE PODE CAMINHAR NO JARDIM!!!!! Isso é absurdo. Para que serve um jardim tão lindo se não é para as pessoas caminharem e apreciarem a brisa, o cheiro das folhas, ouvir os pássaros? O jardim é perfeito, perfeito demais. Cada folha é arrumada, cada grão de areia tem seu lugar (devem até ser numerados), não existe uma folha seca, não existe poeira nas folhas, não existe galho quebrado, não existe inseto comendo uma flor. Você paga 40 reais para entrar no edifício (apesar que estrangeiros pagam a metade do preço) que possui diversas janelas enormes de vidro anti-reflexo e de lá pode ficar vendo o jardim. Vai caminhando e olhando pelo vidro. Para não dizer que não pode de maneira nenhuma sentir o cheiro das árvores, existem duas sacadinhas em que se pode sair ao ar livre, mas não dá para ficar muito, pois várias pessoas querem ver também, e a vista destes lugares não é tão boa. Ainda bem que não tive que pagar, pois fui como voluntária para ajudar no treinamento de guias de turismo. Isso mesmo. Você pode conhecer lugares super legais tendo como único trabalho ser... turista. Os aprendizes de guia de turismo precisam aprender a como tratar estrangeiros, por isso é necessário pessoas de outros países que fiquem perguntando coisas, tirando fotos, enfim... sendo turistas. O trabalho de meus sonhos, hehehehehe

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Tsuyoshi Kusanagi - Qui moçu bunito, gente!


Tsuyoshi Kusanagi


Yama no Anata


Ryokiteki na Kanojo



Eu acho esse ator muito lindo. O nome dele é Tsuyoshi Kusanagi, nascido em 9 de julho de 1974. Ele é muito conhecido aqui e também na Coréia, cuja lingua fala fluentemente. Além de ator, como é muito comum aqui no Japão, também é cantor. Sua banda se chama SMAP, e o pouco que ouvi não achei muito boa. Está presente em vários comerciais na tv e na capa de várias revistas. Todo domingo assisto a um seriado com ele chamado Ryokiteki na Kanojo, onde faz o papel de um biólogo marinho e tem como namorada uma garota com o pavil muito curto (Tanaka Rena). O seriado é uma baseado num filme coreano chamado My Sassy Girl.
Hoje fui ao cinema assistir ao seu mais novo filme: Yama no Anata, que também é uma refilmagem de outro filme de 1938 chamado “Anama to Onna (O massagista e a mulher)”, que conta a história de uma massagista cego que trabalha num hotel com fonte termal e se apaixona por uma das hóspedes (Michiho, vivida pela atriz Maiko). Devido a sua deficiência física, é capaz de sentir fatos sobre as pessoas apenas utilizando os ouvidos e através da massagem.
A paisagem é linda. O filme é doce.

Estrela Polar


Puxa, vi a Estrela Polar. Estou do outro lado do mundo MESMO!

Que saudades do Cruzeiro do Sul....

terça-feira, 10 de junho de 2008

Mushi Kuyo - Cerimônia aos Insetos Mortos




No budismo não só o ser humano possui alma, mas todos os animais. Entretanto, as nossas necessidades vitais como comida e vestuário constantemente nos obriga a matar diversos deles. Isso gera um karma que pode ser prejudicial na vida das pessoas. Existe um ritual chamado Kuyo em que se pede desculpa e se reza pela alma desses seres. Em vilas de pescadores, o Kuyo é destinado às almas dos peixes, em locais de abatedoros de gado, porco, etc., o ritual é feito para os mesmos. Agricultores que precisam matar diversos insetos com pesticidas, também mantém a prática, nesta caso chamada de Mushi Kuyo (Mushi significa inseto).
Esse ritual é feito também para homenagear parentes mortos, inclusive o Mizuko Kuyo, que é uma cerimônia para fetos abortados.
Há cerca de 15 anos atrás, um professor aqui do laboratório de entomologia ficou cego de um olho. Ele achou que era possível isto ter acontecido pela quantidade de insetos que já matara na vida. Temendo que desgraças semelhantes viessem a ocorrer com os estudantes, instaurou a prática no nosso laboratório.
A data é 4 de junho. O motivo da escolha é porque os Kanji de inseto e Kuyo de alguma forma estão relacionados com o número quatro e junho.
Então na semana passada, dia 6 (a cerimônia foi transferida para sexta feira por praticidade, acredito) todos nós rezamos pelas almas dos insetos que matamos e pedimos-lhes perdão.
Vários tipos de pratos deliciosos são preparados pelos estudantes. Muita cerveja, saquê e vinho ficam sobre a mesa. Ex-estudantes também participam da festa com sua presença ou, no caso dos que estão trabalhando em lugares distantes daqui, enviando doces, carnes e bebidas. Não há qualquer restrição ao tipo de alimento: vegetais e carnes são servidos a vontade.
Uma imagem feita de madeira de Jizo, que é um discípulo de Buda, dentro de uma bela caixa também de madeira, pintada com a laca japonesa (urushi) é colocada num altar improvidado (no caso a mesa da impressora) junto com três bastões de incenso (representando presente, passado e futuro). Todos se sentam e alguém, que neste dia foi um dos estudantes, faz a prece. Todos ficam com as mãos juntas e oram.
Depois, é cair na bebedeira e comer um monte.
Acho muito legal esta tradição. Mostra o respeito que se tem com o o bicho que trabalha.

Apesar de que na minha pesquisa não é necessário que eu mate as abelhas, pelo contrário, ofereço flores a elas, vez ou outra acidentalmente alguma acaba morta durante a manipulação das colônias. Então, também homenageio minhas companheiras.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Estranhos assassinatos no Japão







Ontem um homem chamado Tomohiro Kato, de 25 anos, entrou com um caminhão numa rua para pedestres no bairro de Akihabara, Tókio, atropelando 3 pessoas. Depois, saiu do veículo e passou a esfaquear os transeuntes aleatoriamente, matando no total 7 e ferindo 10. As vítimas possuem de 19 a 74 anos e eram homens e mulheres. O assassino foi pego pela polícia, e disse "Vim para Akihabara para matar pessoas." Também declarou "Eu estou cansado do mundo. Ninguém está certo. Eu sou sozinho."


Foi muito triste. Akihabara é o centro de equipamentos eletrônicos, de anime e manga. É muito frequentado por japoneses e estrangeiros.


O crime aconteceu no domingo, às 12:30h na presença de inúmeras testemunhas.

É muito estranho, mas têm ocorrido uma série de crimes assim no Japão. Há algumas semanas atrás um jovem estava no metrô e de repente empurrou um outro de idade semelhante, mas que não conhecia, na frente do trem, matando-o. Quando interrogado pela polícia, contou que seus pais disseram que não seria possível ele ir para a faculdade, uma vez que eram pobres. Assim, ele foi até o metro e quis matar alguém...

Em janeiro, um garoto de 16 anos, armado com duas facas de cozinha começou a esfaquear pessoas numa rua de Tókio, ferindo 2. Interrogado posteriormente, disse que "Queria matar todo mundo." À 15:30h, ele saiu pela rua gritando "Eu vou matar vocês", "Baka-yarou (tolos)", "Eu não tenho culpa." Quando foi pego pelos policiais, falava calmamente e disse que já tinha sido paciente de um hospital psiquiátrico.

Em março, na cidade Tsuchiura, um outro homem de 24 anos foi pego esfaqueando pessoas na rua, matando uma e ferindo sete. Ele disse que queria matar a irmã, mas como não a achou, começou a matar pessoas na rua. "Eu não me importei com quem eles eram", relatou.

São casos muito estranhos e tristes, claro. Além de deixar a gente assustada.

Em alguns casos, esses assassinos sentem remorso, às vezes não.

Parece livro do Stephen King.... Será por causa de celulares....