quarta-feira, 30 de abril de 2008

Izumo-Taisha



Este santuário xintoísta está localizado em Izumo (aproximadamente 33 km de Matsue). É o mais antigo do Japão, e é dedicado ao Deus Okuninushi, na forma de Daikoku. Claro que o templo em si já foi destruído várias vezes, mas nesta religião, o que importa é o local sagrado, e não a construção em si. Então neste caso, o local é utilizado com santuário há 1500 anos.
Okuninushi é o kami (Deus) do casamento, entre outras coisas. Os visitantes devem saudar a divindade batendo as mãos 4 vezes: duas para si mesmo e duas para seu parceiro. Por esse motivo, é um dos santuários mais escolhidos para casamentos. Conheço dois casais que se casaram lá.
Há uma parte nos santuários xintoístas chamada honden, que é a área mais sagrada, sendo inteiramente de uso do Deus. É usualmente fechada para o público, mas no caso do Izumo Taisha, a cada 59 anos, o santuário é reformado. Então, se constrói uma casa temporária para o Deus, e Ele fica morando lá durante o processo. Apenas nesta ocasião as pessoas podem visitar a área, e adivinhe o que? Neste ano está completando 60 anos desde a última reforma, assim, eu pude visitar o local, uma ocasião única na vida das pessoas, inclusive dos japoneses, pois o local não permanece aberto por muitos dias.
Foi uma sorte incrível. Fui convidada por um professor daqui a ir até lá. Quando chegamos, tinha uma pequena fila para entrar. Na verdade os visitantes não tocam o recinto, pois ele é inteiramente coberto de tatami e é feito um corrimão temporário de bambu que impede que o toque na madeira do santuário. O local é muito simples, como tudo no xintoísmo. Pode-se ver da sala onde o Deus se instala o teto pintado com nuvens coloridas.
No Japão, o décimo mês lunar, que corresponde a outubro, é conhecido como “mês sem Deuses” (Kan-nazuki), pois todos os 8.000 mil deuses do país vão para o Izumo Taisha. Assim, apenas em Izumo o mês é conhecido como “mês com Deuses” (Kan-arizuki). Há um festival para comemorar o envento, chamado de Kamiari-sai Matsuri, que significa “os Deuses estão aqui!” , que de acordo com o calendário antigo, ocorre de 11 a 17 de outubro. A segunda foto mostra a sala onde todos os Deuses permanecem.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Kagura, a dança para os Deuses



Kagura é a dança para os deuses, um tipo de teatro cantado e dançado, sempre contando uma história relacionada aos deuses. É uma forma de agradecer aos deuses todas as dádivas recebidas. Acredita-se que os deuses se entretêm assistindo Kagura. Podemos ver o espetáculo em festivais xintoístas.
O palco é montado em meio ao festival e todos param para assistir. Os olhos dos espectadores brilham e todos riem muito. Mesmo quem não entende japonês, como eu, dá para dar risadas, pois os atores são muito bons.
As roupas são lindas e coloridas, os atores sempre estão com máscaras muito expressivas. Além disso, a peça é acompanhada por músicos tocando taiko, flautas e outros instrumentos tradicionais.
As fotos que estão nesta postagem mostram o kagura que assisti no festival santuário dedicado ao Deus Daikoku, em Izumo, na última segunda feira.
Sai com um gostinho de quero mais.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Daikoku sama


Segunda-feira fui a um santuário na cidade de Izumo dedicado ao Deus Daikoku. Daikoku sama é o Deus da fortuna, sendo representado com sacos de arroz, peixe e um cajado.
Ele é gordinho e sorridente. Nas casas onde mora, sempre reinará a abundância.
Muitas vezes ele está acompanhado de uma lebre.
Há uma antiga história que conta que a lebre queria muito visitar uma ilha que podia ser avistada de sua moradia. Ela fez inúmeros esforços para alcançá-la, mas todos foram inúteis, pois não sabia nadar.
Um dia, estando mais uma vez na beira da praia, mirando sua tão desejada ilha, viu um tubarão passando. Muito rapidamente, o chamou para perto e pediu-lhe encarecidamente que a levasse em seu flanco. O tubarão disse que não faria isso, mas a lebre prometeu-lhe efusivamente que se ele assim fizesse, ela lhe daria muitos presentes. O tubarão então concordou em levá-la, que sem demora montou nas costas do enorme peixe e rapidamente chegou em terra firme. Saltando apressada, disse ao tubarão que não lhe daria nada e correu se divertir entre as árvores.
Mais tarde, quis retornar a sua casa, e convenceu o mesmo tubarão a levar-lhe de volta. Porém, o tubarão estava com muita raiva e só aceitou carregá-la porque estava armando uma vingança terrível. Ao chegarem perto da costa, o tubarão arrancou toda a pele do animal, deixando-o sofrendo largado na areia.
Depois de muito tempo de agonia, Daikoku sama veio caminhando e viu a lebre morimbunda. Perguntou-lhe porque se encontrava em estado tão miserável, e o pobre bicho contou toda a história, sem omitir nenhuma palavra. Daikoku sama disse-lhe que ela era muito má e que merecia o que estava sofrendo. A lebre se mostrou muito arrependida e pediu perdão. Daikoku sama se condoeu da situação lastimável da lebre, e usando seu poder divino através de seu cajado, cuja madeira é de uma árvore que cresce ao lado dos rios, fez-lhe a pele crescer novamente e recuperou sua saúde. Assim, os dois se tornaram muito amigos e por isso muitas vezes são representados juntos.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Peônia, a flor símbolo de Shimane




Agora podemos ver por todos os lados as peônias florindo. Essa é a flor símbolo da Prefeitura de Shimane, onde se localiza a cidade de Matsue. Em japonês botan, é originária da China, mas se adaptou tão bem no Japão, que hoje o país a exporta ao seu país natural.
No site nippobrasil.com.br podemos ler uma linda história sobre a Princesa Peônia, escrita e ilustrada por Cláudio Seto.

Sushi Oiji, o filme




Domingo passado fui ao cinema. O preço do ingresso é bem salgado, 1800 ienes (cerca de 18 dólares), mas não é o preço ou a língua que vai impedir uma cinemaníaca de se divertir, claro.
Assisti ao filme “Sushi Oiji” que significa “O Príncipe dos Sushis”. É uma comédia... como direi... com humor bem japonês. É um filme que com certeza não vai ser achado fácil no Brasil. É a história de TSUKASA Maizu, interpretado por DOHMOTO Koichi, um rapaz que viaja a NY e se depara com o desastre que os americanos fizeram com o sushi. É muito engraçado. O filme tira sarro dos americanos, mas também dos japoneses. Tem uma cena em que Maizu entra num restaurante de sushi em Manhattan onde os cozinheiros dançam hip hop. Ele fica horrorizado, e quando vê todo mundo comendo sushi com mostarda, catchup e bebendo chá verde com açúcar, ele fica totalmente pirado e começa rapidamente a cortar os peixes e fazer os bolinhos de arroz, coloca tudo sobre a plaquinha de madeira e diz que aquilo era o verdadeiro sushi. A câmera dá um close e saem estrelinhas do prato. Não bastasse isso, o personagem principal tem fobia de olhos de peixes, mesmo sendo um cozinheiro, pois seus pais morreram atravessados por um peixe espada. Para quem curte humor japonês, é um filme muito engraçado. Não pode ser levado a sério nem um minuto.
O filme é baseado numa série de tv com o mesmo nome, que passou na tv japonesa em 2007.
DOHMOTO Koishi nasceu em 01 de janeiro de 1979, é ator, cantor e compositor. Ele é muito famoso no Japão.

sábado, 19 de abril de 2008

OKONOMIYAKI OU PIZZA JAPONESA






Ontem fui comer okonomiyaki. Muitas pessoas devem conhecer, mas para mim foi total novidade. Okonomiyaki, que quer dizer "o que você desejar grelhado", é também conhecido como pizza japonesa. O restaurante de okonomiyaki fica de frente a universidade, e como o preço é bem barato, fica lotado de estudantes. Os clientes se sentam no estilo japonês, isto, é, sem cadeiras, todos ficam sentados de pernas cruzadas ou ajoelhados, e existe uma mesinha com uma grelha que permite que quatro pessoas possam fazer seus próprios okonomiyakes. Você pode escolher o sabor, que no caso era porco, lula, camarão ou tudo isso misturado. Eu escolhi lula. Então a garçonete traz uma tigela contendo a carne escolhida, repolho, uma massa de farinha de trigo, ovo, etc, que é então despejado na grelha. Quando grelhados, acrescenta-se shoyo e maionese. No final fica mesmo no formato de uma pizza. Quer dizer, dos meus amigos ficaram em formato de pizza, a minha ficou em formato de .... algo. Não parece difícil de fazer em casa, no Brasil, caso se tenha algum tipo de chapa. Achei algumas receitas na internet, mas não sei se ficam tão boas. Enfim, é experimentar. Pelo menos boas risadas vão ser dadas junto com os amigos.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Jozan Inari, o Santuário das Raposas






Nas redondezas do castelo de Matsue existe um pequeno santuário xintoísta chamado Jozan Inari. É um santuário dedicados às raposas. As raposas são animais muito importantes na cultura japonesa, estando intimamente ligadas à mitologia do país.
As raposas são as mensageiras dos Deuses.
Quando alguém enlouquece de alguma forma, é porque seu espírito foi tomado pelo espírito da raposa.
Esses animais são capazes de mudar sua aparência, às vezes tomando a forma de seres humanos.
Ao encontrarem espíritos errantes, fantasmas de pessoas que ficam vagando sem rumo pelo nosso mundo, elas tomam esses espíritos para si, protegendo-os.
As raposas utilizam o arco-íris como ponte, quando se casam.
Todos os santuários dedicados às raposas têm seus torii pintados de vermelhos. Esses santuários são chamados de Inari porque este é o nome de uma típica comida japonesa, muito oleosa, e as raposas adoram comidas oleosas. Quando se faz oferenda às raposas, oferece-se, além de outros alimentos, o Inari. Este santuário de Matsue se chama Jozan, que significa “montanha do castelo”, por causa da localização.
Normalmente os santuários dedicados às raposas são pequenos e são filiais de santuários maiores.
No santuário Jozan Inari existem milhares de estátuas e estatuetas de raposas. Você fica cercado por todas elas, que parecem olhar para seus olhos o tempo todo. Algumas são novas, outras são muito antigas, com alguns séculos, com certeza.Todos os anos, no dia 27 de agosto, existe um festival dedicado à memória de Lafcadio Hearn, um escritor grego que viveu em Matsue em 1890. Este homem, junto com sua esposa, foi responsável por levar a mitologia japonesa ao ocidente, tendo escrito inúmeros contos sobre os Deuses, espíritos, fantasmas e personagens fantásticos daqui. Então na noite do festival, todas as luzes do castelo são apagadas, e centenas de pessoas levando lanterninhas vermelhas com velas, típicas japonesas, vão caminhando pelo bosque até chegar ao Jozan Inari. Lá são recebidas por homens e mulheres vestidos de branco e com máscaras de raposas. É bem assutador.
As informações que coloquei nesta postagem provieram de minha vivência pessoal e através do meu professor daqui e de meu esposo também.
Mito e realidade se fundem nesse local. O fato é que quando eu estava lá, fiz um pedido que as raposas provassem que suas histórias são verdadeiras. Agora, quando fui abrir as fotos para colocar no blog, todas tinham sumido. Tirei outras fotos no mesmo dia, quase no mesmo horário de locais ali próximos, descarreguei a máquina da mesma forma, salvei da mesma forma, mas só as fotos do santuário sumiram. Consegui recuperá-las com algum esforço e muito alívio, mas fiquei muito intrigada.

domingo, 13 de abril de 2008

OHANAMI



Quando as cerejeiras florescem por todo o o Japão, o que acontece em abril e maio, ocorre a festa chamada Ohanami. Neste período, todos fazem piquenique sob as árvores floridas, para admirar-lhes a beleza. Matsue não poderia ser diferente. O jardim do castelo é cheio dessas árvores e de dia inúmeras famílias, grupos de amigos e casais de namorados ficam sentados sob as copas, se divertindo. Quando o vento bate nas flores, uma chuva de pétalas rosadas cai sobre todos, que ficam muito felizes, pois é muito bonito de se ver. Nas cercanias do castelo, armam-se barraquinhas de takoiaki, yakisoba, lulas grelhadas, docinhos, etc. Também tem uma miniatura inflável do castelo para as criançcas brincarem. Enquanto a floração durar, não se paga para entrar no castelo e a população aproveita o máximo que pode. Uma dica para quem for nessa festa: vá com pessoas que você goste. Ir sozinho dá uma depressão....

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Preço das frutas





Vejam os preços das frutas por aqui. Maçãs, laranjas, kiwi não são vendidos por quilo ou dúzia, como no Brasil. São vendidos por unidade. Lembrando que um dólar custa 105 ienes, uma maçã custa aproximadamente 1,5 dólares. Por causa do alto preço dos alimentos, os japoneses estão optando a ter apenas um filho. Isso está desestabilizando a economia do país, pois o número de jovens está muito baixo e o número de pessoas mais velhas está cada vez maior.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Moti das cerejeiras






Ganhei uma caixa de moti deliciosos hoje. Não são motis comuns. São feitos numa cidade perto daqui, e apenas nessa época do ano, para comemorar a floração das cerejeiras. Folhas da árvore são picadas bem fininho e misturadas à massa, para que quando se coma o doce, o cheiro das árvores possa ser sentido. É muito gostoso.


O moti, ou doce de arroz japonês, segundo Célia Sayure Yano, do site Cultura Japonesa, "é feito num usso (pilão japonês), com a ajuda de um tsuchi, que é uma espécie de grande marreta de madeira. Sendo uma tarefa para duas pessoas: uma bate enquanto outra esborrifa água." ... "Normalmente feito em ocasiões festivas, principalmente na véspera de Ano Novo, esse método tradicional reúne muitas pessoas em torno do pilão e cada uma bate algumas vezes, simbolizando a união, tanto no plantio, na colheita ou no preparo do arroz."






quarta-feira, 9 de abril de 2008

Monte Daisen




Fazia tanto tempo que eu não via neve! Que saudade. O lugar era lindo, na base do Monte Daisen, onde a neve ainda resiste à chegada da primavera. O branco, a quietude, as árvores, tudo trazia uma enorme sensação de paz. Vontade de ficar e ficar... só ouvindo o barulho de minhas pegadas. Sabe, é um daqueles lugares que você quer fotografar com a mente, para se transportar para lá em momentos estressantes. No meio da balbúrdia do dia a dia, você senta, fecha os olhos e se imagina naquele lugar nas montanhas, com a mata coberta de neve... E então você pode sentir a textura da neve, seu silêncio, visualizar aquela paisagem de sonhos.


O Monte Daisen é uma das montanhas mais altas do Japão, com 1729m, segundo o guia do Japão feito pelo Lonelly Planet. A escalada para seu pico começa no antigo templo Shugendo Daisen-ji, do século VII. Porém, nessa época do ano é muito perigoso escalar, por causa das constantes avalanches causadas pelo degelo da primavera.


Tive a oportunidade de escalá-lo na minha última visita ao Japão, em 2005. Naquela época, era início do outono, e a montanha estava com lindos tons de laranja e vermelho. Eu não sou nada atlética, e a subida foi bem difícil para mim, mas quando cheguei ao topo, valeu todo o esforço.


O Monte Daisen apresenta espetáculos para os olhos em qualquer estação do ano.


Antigamente a montanha era chamada "Ookamitake", ou "Montanha do Grande Deus", e não é difícil imaginar o motivo.


Monte Daisen, mais um lugar do Japão que vai ficar guardadinho no coração.


terça-feira, 8 de abril de 2008

Corações distantes




Quando decidimos fazer uma viagem, muitas vezes deixamos para trás tudo o que realmente importa. Então, por mais que amemos o novo lugar onde estamos, parece que o coração da gente ficou lá longe. Não nos sentimos completos, mesmo estando maravilhados com os novos amigos, as belas flores, os belos edifícios, a cultura. O que nos acalenta é que sabemos que, quando voltarmos, estarão esperando por nós todos aqueles que amamos. Então ficamos ansiosos por abraçar, cheirar e beijar novamente nossa família, namorado, bichinhos de estimação. Mas às vezes acontece que isso nunca mais será possível. Por exemplo, eu nunca mais vou apertar a Darla, minha gatinha. Ela morreu hoje, de hepatite. Quando eu saí para viajar, ela estava ótima, comilona, carinhosa, brincalhona. Ela gostava de enfiar a cabeça dentro do saco de ração para comer, mesmo tendo sua vasilhinha cheia. Às vezes o saco virava e era aquela bagunça no chão, com ela com uma cara de "o que aconteceu?". A hepatite foi fulminante. Num dia ela estava bem, no outro morta. Não houve nada que meu amor, minha mãe e o veterinário pudessem fazer. Ela se foi e jamais a abraçarei, beijarei e cheirarei ela novamente. Se meu coração ficou no Brasil, a distância não faz a dor ser menor.


Darla, eu te amei, te amo e sempre amarei. Espero encontra-la um dia, brincando ao lado de Bast. Fique em paz, querida.

Semana dos calouros





Esta é semana dos calouros aqui na Universidade de Shimane. Sexta passada foi o primeiro dia de aula, e todos os calouros se vestem de terno e roupa social preta. Assim é muito fácil identificar os calouros. Ontem a noite foi a festa de boas vindas, feita no refeitório, repleta de comida e refrigerante. Sim, apenas refrigerante, pois aqui no Japão só se pode beber bebidas alcólicas depois dos 20 anos de idade. Claro que ninguém gosta desta lei, e desta forma, depois da festa oficial da faculdade, há as festinhas não oficiais feitas em cada laboratório, com muita comida e álcool. Tinha saque, cerveja e várias outras bebidas tradicionais. É uma festinha gostosa, com muita risada, onde os calouros podem conhecer melhor os futuros colegas. Depois de um tempo todo mundo está meio bêbado. Hoje os calouros e veteranos iriam sair daqui 'as 6 da manhãoe caminhar até Izumo (33km), retornando 'as 18h. Eles vão caminhando, bebendo e cantando. Deve ser divertido, mas eu não daria conta de caminhar tanto.

domingo, 6 de abril de 2008

Parada de samurais




Ontem fui ver uma parada de samurais. Geralmente este desfile ocorre nos outonos de Matsue, mas este ano é especial: é o aniversário de 400 anos do castelo. Assim, o desfile ocorreu junto a festa de aniversário.


No Período Edo (1603 - 1867), o Xogum exigia que os senhores feudais (daimyo) e seus samurais que habitassem os diversos castelos espalhados pelo país, a cada 3 anos, fossem passar 3 anos em Edo (Tokio). Isso era para enfraquecer os reinos, não deixando nenhum ficar forte o suficiente para guerrear uns com os outros.


Esse desfile retrata essa ida dos samurais para Tókio.


Devia ser uma viagem terrível. Quando se pensa que de Matsue a Tókio são quase 900km, andar todo esse caminho demoraria pelo menos um mes... Tempos difíceis aqueles.

sábado, 5 de abril de 2008

Tókio





Aqui estou novamente em Matsue, Japão.
Minha estadia começou em Tókio. As pessoas lá são muito elegantes. Fiquei impressionada, e roupas geralmente não me impressionam tanto. O estranho não era ver pessoas vestidas elegantemente, era ver só pessoas vestidas elegantemente. Os homens, na maioria só usam terno preto.
Uma cidade bonita. Queria ter ficado mais tempo lá. Em todo caso, deu tempo de dar uma espiada nos muros do Castelo Imperial e ver algumas cerejeiras em flor.

Cerejeiras em flor





Mais uma vez estou em Matsue, minha cidade favorita no mundo.
Desta vez cheguei no início da primavera, e as cerejeiras estão floridas.
Antes de ontem, fui jantar um casal de amigos meus. Porém, eles disseram que antes da comida queriam me levar a um templo. Eu perguntei o que iríamos fazer lá, e eles mandaram que eu esperasse. Passamos por várias vielas estreitas, até que o carro foi estacionado. Naquele momento já me faltou fôlego, pois vi que a rua inteira estava repleta de cerejeiras floridas. Sob a luz elétrica, elas pareciam brilhar. Começamos a subir uma ruela, e chegamos ao templo. Lá havia uma cerejeira de 200 anos florida. Meus olhos se encheram de lágrimas. Era tão linda, tão linda. Mas não só isso, eu estava diante de uma anciã, uma anciã que estava sendo venerada. Sim, naquele momento haveria uma cerimônia para ela, comemorando suas flores. O templo tem 400 anos. Os monjes colocaram luzes difusas em torno dela. Parecia que ela tinha uma luz própria, e tinha, na verdade. Ela brilhava imponente na noite. Foi muito mágico para mim. Realmente quis cair no choro, espcialmente porque queria que meu esposo estivesse ali naquele momento, partilhando comigo aquela magia.
Não levei máquina fotográfica, então não tenho fotos. Mas nenhuma foto faria juz aquela visão.
Em todo caso, coloco uma foto de flores de cerejeira de outra árvore, bem mais nova, mas muito linda.