No budismo não só o ser humano possui alma, mas todos os animais. Entretanto, as nossas necessidades vitais como comida e vestuário constantemente nos obriga a matar diversos deles. Isso gera um karma que pode ser prejudicial na vida das pessoas. Existe um ritual chamado Kuyo em que se pede desculpa e se reza pela alma desses seres. Em vilas de pescadores, o Kuyo é destinado às almas dos peixes, em locais de abatedoros de gado, porco, etc., o ritual é feito para os mesmos. Agricultores que precisam matar diversos insetos com pesticidas, também mantém a prática, nesta caso chamada de Mushi Kuyo (Mushi significa inseto).
Esse ritual é feito também para homenagear parentes mortos, inclusive o Mizuko Kuyo, que é uma cerimônia para fetos abortados.
Há cerca de 15 anos atrás, um professor aqui do laboratório de entomologia ficou cego de um olho. Ele achou que era possível isto ter acontecido pela quantidade de insetos que já matara na vida. Temendo que desgraças semelhantes viessem a ocorrer com os estudantes, instaurou a prática no nosso laboratório.
A data é 4 de junho. O motivo da escolha é porque os Kanji de inseto e Kuyo de alguma forma estão relacionados com o número quatro e junho.
Então na semana passada, dia 6 (a cerimônia foi transferida para sexta feira por praticidade, acredito) todos nós rezamos pelas almas dos insetos que matamos e pedimos-lhes perdão.
Vários tipos de pratos deliciosos são preparados pelos estudantes. Muita cerveja, saquê e vinho ficam sobre a mesa. Ex-estudantes também participam da festa com sua presença ou, no caso dos que estão trabalhando em lugares distantes daqui, enviando doces, carnes e bebidas. Não há qualquer restrição ao tipo de alimento: vegetais e carnes são servidos a vontade.
Uma imagem feita de madeira de Jizo, que é um discípulo de Buda, dentro de uma bela caixa também de madeira, pintada com a laca japonesa (urushi) é colocada num altar improvidado (no caso a mesa da impressora) junto com três bastões de incenso (representando presente, passado e futuro). Todos se sentam e alguém, que neste dia foi um dos estudantes, faz a prece. Todos ficam com as mãos juntas e oram.
Depois, é cair na bebedeira e comer um monte.
Acho muito legal esta tradição. Mostra o respeito que se tem com o o bicho que trabalha.
Esse ritual é feito também para homenagear parentes mortos, inclusive o Mizuko Kuyo, que é uma cerimônia para fetos abortados.
Há cerca de 15 anos atrás, um professor aqui do laboratório de entomologia ficou cego de um olho. Ele achou que era possível isto ter acontecido pela quantidade de insetos que já matara na vida. Temendo que desgraças semelhantes viessem a ocorrer com os estudantes, instaurou a prática no nosso laboratório.
A data é 4 de junho. O motivo da escolha é porque os Kanji de inseto e Kuyo de alguma forma estão relacionados com o número quatro e junho.
Então na semana passada, dia 6 (a cerimônia foi transferida para sexta feira por praticidade, acredito) todos nós rezamos pelas almas dos insetos que matamos e pedimos-lhes perdão.
Vários tipos de pratos deliciosos são preparados pelos estudantes. Muita cerveja, saquê e vinho ficam sobre a mesa. Ex-estudantes também participam da festa com sua presença ou, no caso dos que estão trabalhando em lugares distantes daqui, enviando doces, carnes e bebidas. Não há qualquer restrição ao tipo de alimento: vegetais e carnes são servidos a vontade.
Uma imagem feita de madeira de Jizo, que é um discípulo de Buda, dentro de uma bela caixa também de madeira, pintada com a laca japonesa (urushi) é colocada num altar improvidado (no caso a mesa da impressora) junto com três bastões de incenso (representando presente, passado e futuro). Todos se sentam e alguém, que neste dia foi um dos estudantes, faz a prece. Todos ficam com as mãos juntas e oram.
Depois, é cair na bebedeira e comer um monte.
Acho muito legal esta tradição. Mostra o respeito que se tem com o o bicho que trabalha.
Apesar de que na minha pesquisa não é necessário que eu mate as abelhas, pelo contrário, ofereço flores a elas, vez ou outra acidentalmente alguma acaba morta durante a manipulação das colônias. Então, também homenageio minhas companheiras.
2 comentários:
Não sabia que os bonecos Jizu eram reproduções de Buda.
abraços,
Oi Marilia
O Jizo não é Buda, mas um discípulo dele. Meu amigo disse que, segundo o busdismo, buda voltará em alguns milhares de ano. Enquanto isso, Jizo irá ajudando a humanidade.
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